15 de maio de 2014

Bruxos e Bruxas - James Patterson (& Gabrielle Charbonnet)

Autores: James Patterson e Gabrielle Charbonnet
Editora: Novo Conceito
Gênero: Fantasia, YA
Número de Páginas: 288 páginas
Número de Estrelas: 2 estrelas
Skoob: Bruxos e Bruxas #1
Comprar: Extra | Submarino

Bruxos e Bruxas é de um autor que gosto muito graças aos seus livros de suspense policial, James Patterson. Foi um livro que li super rápido: apenas 5 dias. Antes mesmo de comprar o livro, eu já tinha visto muitos comentários ruins a respeito dele e só agora pude construir uma opinião própria.
Em pleno século XXI, os irmãos Allgood, With e Whisty são arrancados de sua casa no meio da noite e jogados na prisão, acusados de bruxaria. Vários outros jovens como eles foram sequestrados, presos e outros desapareceram. Tudo isso acontece porque o mundo foi comandado por um novo governo "Nova Ordem", que acredita que todos os menores de dezoito anos são suspeitos e que praticam bruxaria. Quem comanda a N.O é O Único Que É O Único, e seu objetivo é tirar tudo que faz parte da vida de um adolescente normal, livros, música, arte, comandar o mundo e desvendar todos os segredos da magia. Qualquer forma de protesto contra a N.O será punida com muita rigidez e tortura, até que a pessoa possa completar dezoito anos, e assim ser condenado a morte. A missão dos irmãos Allgood é livrar o mundo desse novo regime e resgatar seus pais desaparecidos.
De início eu gostaria de comentar sobre a divulgação em massa que esse livro teve no seu período de pré-venda e de lançamento, juntamente com o inverso disso nas suas duas sequências seguintes. Bom, ano passado (2013) quando a editora Novo Conceito anunciou o lançamento deste livro, as redes sociais só falam disso. Twitter, Facebook, até mesmo um fórum de jogos que participo criou um concurso relacionado a esse livro. Ou seja, criou-se uma alta expectativa, além do que poderia ser lido em blogs internacionais, etc. Vou deixar abaixo o vídeo do booktrailer do primeiro volume.
É de se ficar curioso, não? Enfim, criou-se uma divulgação imensa a respeito dele. Se eu não tivesse visto uma foto da Bienal do Livro de São Paulo (do ano passado) em que no estande da Novo Conceito ela estava lançando O Dom, segundo livro da saga, eu não teria ouvido falar dele tão cedo. Pergunto: por que houve tanta divulgação do primeiro, mas dos dois seguintes não houve? Será que deve-se ao fato de ter havido mais comentários negativos do que positivos?

Em certos momentos esse livro me lembrou muitos qualquer saga Y.A. do Rick Riordan. A maneira de ele montar os fatos da história, o jeito de escrever, até mesmo as personalidades dos personagens. Se bem que em livros Y.A. distópicos, quase todos os personagens se parecem. O livro é contado pelos dois irmãos, Wisty e Whit, capítulos para cada um. O problema está em como diferenciar os capítulos de cada um além do nome do personagem no começo. A maneira como o(s) autor(es) conta(am) é quase indistinguível. Eu realmente não sabia quem estava contando as coisas sem dar uma pescada no início do capítulo. Os personagens, mesmo tendo diferentes idades e participarem de círculos sociais diferentes, eles são iguais. Esse é um dos fatos que comparo com As Crônicas dos Kane, já que essa saga também é contada por dois irmãos e em determinados momentos não dá pra perceber as diferenças no vocabulário.

Ainda falando do vocabulário, uma coisa que sempre observo em Y.As. são se as expressões e as palavras que os jovens usam condizem com eles e suas situações. E aqui isso é perfeito. Apesar de o autor ter criado expressões novas (Laranja Mecânica), elas servem direitinho para o momento e os protagonistas da obra, algo que acredito, deva continuar majestosamente bem nos próximos volumes. Ainda falando em vocabulário, gostaria de dizer que o autor fez algo ridículo e sem graça ao criar trocadilhos com nomes famosos das artes.
HARRY PODRE E A ORDEM DOS IDIOTAS | EDRAGÃO | O REBATEDOR NOS CAMPOS DE TRIO
Além disso, o autor tentou criar piadas engraçadas e tiradas sarcásticas, mas elas acabaram ficando sem nenhum humor.
Você não vai acreditar, mas é verdade. Eu juro! Eu vi e senti chamas enormes explodirem de cada poro do meu corpo.
Uma das coisas que me deram raiva nesse livro foi o custo que os irmãos Allgood tiveram em acreditar que são bruxos. As mais estranhas situações acontecem com eles: uma garota pega fogo e sobrevive, um garoto cria um tufão, uma garota brilha, etc, mas mesmo assim eles insistem em acreditar que são bruxos. Agindo como se tudo fosse apenas... estranho. E isso dura mais de meio livro.

O livro todo é escrito em capítulos curtinhos, sendo o maior com quatro páginas, se não me falha a memória. É legal, pois acaba sendo uma marca dos livros do James Patterson; mas eu acabei de perguntando algumas coisas quanto a isso e não cheguei a uma conclusão certa: o fato de eu ter lido o livro tão rápido se dá ao fato de ele ter capítulos curtos, não ter descrição alguma ou tudo acontecer rápido demais? Obviamente, o autor quis criar um livro de ação que agradasse a todos, mas ele esqueceu de descrever as cenas bem. Ficando tudo muito à cargo do que você viu em filme, novelas, outros livros e/ou séries de tevê.
"Nunca li um livro tão extraordinário como Bruxos e Bruxas" — Roslyn Cameron
"A história deixa o leitor sem fôlego até o final." — Hinal, 15 anos.
"'Bruxos e Bruxas': um livro em que a capa promete, mas o desenrolar descumpre." — Pétrus David, 16 anos
Os dois primeiros quotes foram retirados da última página do livro, na qual adolescentes falam o que acharam de bom (óbvio!) do livro. O último quote foi algo que postei no meu Twitter assim que terminei de ler esse primeiro volume da saga. Não volto atrás no que acho: o designer foi melhor que o autor. O livro conta com uma história distópica muito interessante, mas que poderia ter sido desenvolvida de um jeito melhor e mais interessante. Talvez se ele tivesse diminuído a quantidade de capítulo e tivesse aumentado nas descrições, explorado a sobrevivência dos refugiados, explorado os irmãos aprendendo e treinando magia, tudo ficaria mais interessante e realmente de tirar o fôlego.

Quanto ao final, não poderia te sido mais forçado. O prólogo é encantador, mas o epílogo deixa a desejar. Não que acabe com um cliffhanger, apesar de deixar pontas soltas, mas é como se ele quase implorasse para você ler os outros.

O que mais me dá raiva é: James Patterson é um bom autor, mas dessa vez ele não conseguiu me conquistar. Eu só terminei esse livro porque já tinha começado e ele está na minha meta de leitura para esse ano no meu Skoob. Ao entrar no fansite dessa saga, você vai ser imagem abaixo:

Eu realmente espero que se o livro for adaptado às telonas, a equipe melhore e muito a obra. Bruxos e Bruxas é o primeiro livro de uma saga que conta com as seguintes continuações: O Dom, O Fogo e O Beijo. Caso haja mais livros e eu não esteja sabendo, comente aqui! Eu já tenho o segundo livro, mas fica logo o aviso de que não o lerei tão cedo. Talvez a estória melhore, mas e se não acontecer?

"A HISTÓRIA CONTINUA..."

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