15 de julho de 2014

Cinema #5: Transcendence - A Revolução

• Título Original: Transcendence
• Ano: 2014 | Duração: 119 minutos
• Direção: Wally Pfister
• Produção: Yolanda T. Cochran, Kate Cohen
• Elenco: Johnny Depp, Morgan Freemna, Rebecca Hall, Kate Mara, Paul Bettany
• Nota: 3,5
• Sinopse: O Dr. Will Caster (Johnny Depp) é o mais notável pesquisador no campo da Inteligência Artificial. Ele trabalha no projeto de criação de uma máquina consciente, capaz de combinar a inteligência coletiva de tudo o que existe com todas as possibilidades de emoções humanas. Os experimentos altamente controversos trouxeram fama ao cientista, mas também o transformaram no alvo principal dos extremistas anti-tecnologia, que farão o que for necessário para destruí-lo.

 
 O pessoal que faz os trailers deveriam se controlar na hora de escolher as cenas para serem mostradas, como também o pessoal do marketing. Eles criam uma expectativa muito grande em nós, espectadores. Achamos um tempo para ir ao cinema, comprar ingresso, pipoca, refrigerante, bolacha, iogurte e amendoim (sim, eu compro bolacha, iogurte e amendoim quando vou ao cinema), nos sentamos na confortável poltrona e assistimos a um filme que não chega nem perto de suprir nossa expectação. Transcendence não funcionou tão bem comigo, e eu explico porquê.

Logo de início somos apresentados a uma sociedade onde não há fontes de energia conectadas à rede. Internet ou redes telefônicas? Não mais. Peças de computadores são usados como encosto de porta ou até mesmo passatempo. A cena de abertura é, aparentemente, inocente. Um cara contando a situação atual. O problema é que ele conta demais. Não que ele fale muito, mas o que ele fala conta o final do filme. Não que isso seja de fato tão importante assim, já que o filme em si é bem previsível.

Logo após somos apresentados ao passado (voltamos no tempo em cinco anos), onde o casal Caster estão tentando revolucionar o campo da IA, com um projeto chamado de P!NN, um computador autoconsciente. Temos a ideia de um casal que quer ajudar o mundo com sua nova tecnologia. É aqui que a história começa a ser apresentada de fato. É tanta informação e palavras complexas num mesmo parágrafo de diálogo que você não consegue nem entender o que é essa nova IA, enquanto ela não é posta em prática. A impressão que eu tive é que os roteiristas quiseram criar algo tão técnico, mas no fundo não sabiam nem como explicar. E isso não fica apenas na explicação do P!NN.

O Doutor Caster é um homem bom, ingênuo até, nem um pouco ambicioso. Seu único querer é ajudar a sociedade, igualmente sua esposa. Ela não quer curar apenas as pessoas, mas sim o mundo inteiro. Depois que o doutor morre e é transcendido, essa personalidade do doutor é posta em xeque com atitudes extravagantes. Há momentos que não sabemos mais se Will é o mocinho ou o inimigo na história. Do mesmo jeito que não sabemos se o grupo anti-tecnologia é ruim ou bom. Esse é o segundo maior problema que achei no roteiro.

Uma coisa que gostei da primeira meia hora do filme é que a tecnologia é bem focada. Vemos muitos celulares, computadores à torto e a direito, entre muitas outras máquinas. Em contra partida à isso, vem o grupo Unplug, que tenta viver com o mínimo de tecnologia possível e acabar com essa ideia de Transcendência. Em certas cenas é comentada sobre a filosofia de toda essa IA. Será que eles não ultrapassaram os limites? Será que eles não pararam de construir coisas para ajudar os humanos e começaram a criar máquinas para nos substituir? São questionamentos que vão sendo explorados na segunda e terceira partes do filme, onde a transcendência de Will chega a um nível elevadíssimo. Nível esse que começa a assustar Evelyn e fazer ela se perguntar se aquela inteligência é mesmo o seu marido ou não.

Agora vamos ao maior problema que achei do filme. A ideia principal. É uma ideia bem interessante e complexa demais. Eu comentei no Filmow que esse filme tem uma ideia tão complexa que não deveria ter sido adaptada para o cinema e sim para a televisão. Na cabeça dos roteirista até pode ter sido bem construído, mas mal apresentada. Numa série, pelo menos, eles poderiam ir apresentando tudo direitinho, calmamente e de uma forma que compreendêssemos. Quando terminou o filme tudo o que eu pude pensar foi "o que é que acontece mesmo aqui?". Juro! Eu estou escrevendo essa critica sem lembrar de muita coisa, mesmo temo assistido a ele ainda hoje. É um bom filme para divertimento. Johnny Depp, como sempre, transformando mais um de seus personagens como todos os outros: a excentricidade em pessoa. Está na hora de mudar, hein?!

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