17 de outubro de 2014

A Good Marriage - Stephen King

Autor: Stephen King
Editora: Não lançado no Brasil ainda
Gênero: Suspense
Número de Páginas: 59 páginas
Número de Estrelas: 3 estrelas

O conto em questão faz parte do livro Full Dark, No Stars que será lançado aqui no Brasil em 2015 pela Suma de Letras. O escolhi, pois recentemente saiu o filme e gostaria de analisa-los separadamente aqui, mas queria o panorama geral quando fosse para a adaptação. Aproveitei o mês do terror e o encaixei na grade do blog. O mesmo farei com Big Driver.

Com 27 anos de casamento, Darcy Madsen acha que conhece bem o seu marido Bob Anderson. Um dia, enquanto seu marido está numa viagem de trabalho, ela desce a garagem à procura de baterias para um controle remoto e descobre o segredo do seu esposo. À partir disso, Darcy se pergunta quem é aquele homem com quem dividiu a cama e teve um casal de filhos.
Como vai seu casamento?
Estava bom. Um bom casamento.
Como vai o seu casamento? Você já perguntou isso para os seus pais, tios, avós, padrinhos? Não? Sim? Quantas vezes? Uma, duas, três, cinco vezes? Nenhuma? Como vai o seu namoro/casamento? Você conhece bem o seu cônjuge? Você o conhece bem ou acha que o conhece bem? Na capa traseira de Garota Exemplar, de Gillian Flynn (Editora Intrínseca) há um encabeçamento que diz O casamento mata. Circunstâncias diferentes e histórias diferentes, mas não é que falam a mesma coisa? O casamento mata... Ou será o companheiro que mata? Então eu pergunto: como vai seu casamento?

Nada de personagens fantásticos, mirabolantes ou extraordinários. Darcy e Bob são personagens comuns e bastante verossímeis. Eles podem ser comparados com o casal que vive na casa ao lado. São um casal em Bodas de Prata, com dois filhos já adultos. Um casal feliz, com seus altos e baixos. Momentos difíceis, alegres, mas sempre juntos. Ele é um pai de família com cem quilos. Ela, com peitos caídos, dona de casa. O sexo é satisfatório às vezes, mas o carinho entre eles e a cumplicidade é o que os move. Eles se conhecem muito bem. Ou era o que Darcy achava até descer naquela noite até a garagem e descobrir o segredo de Bob.
Mas –– agora me escute com atenção –– se eu alguma vez tivesse uma recaída, mesmo uma única vez, eu me mataria.
Hannibal Lecter, John Doe, Dr. Richard Thompson, são alguns dos serial killers aos quais me afeiçoei. E devo dizer que Bob Anderson foi um deles. O porquê? Bom, ele não deixou de ser um pai de família em nenhum momento. Mesmo dando uma desculpa um tanto esfarrapada para os seus atos, em nenhum momento ele deixou de pensar em Darcy e nos filhos. Ele planejou tudo tão direitinho e com tanto cuidado para que nada disso afetasse nenhum deles. Se isso não é amor, eu não sei o que é.

Para uma mulher adulta, em alguns momentos, Darcy se saiu uma completa adolescente no auge dos seus quinze anos com crise introspectivas e caraminholas na cabeça. Mas não tiro sua razão, afinal, não é todo dia que se descobre que o homem que você ama é um assassino serial killer, torturador e estuprador. O mais interessante foi a maneira como King escreveu os dias que seguiram a revelação do segredo de Bob. Apesar de Darcy se sentir enganada e não tirar as imagens dos assassinatos da cabeça, ela não consegue deixar de lado tudo o que viveu com seu marido. Bob, agindo como se nada tivesse acontecido, age como o marido que sempre foi.

Devo admitir que eu esperei bem mais do conto. Uma tensão maior, mais acontecimentos. Talvez por eu ter lido em uma tarde só, mas tive a impressão de que não houveram tantos fatos no enredo assim. Voltarei a falar de Um Bom Casamento na resenha do filme.

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