10 de novembro de 2014

Televisão #3: American Horror Story: Asylum


Temporada: 2ª Temporada
Ano: 2012 | Episódios: 13 episódios
Duração do Episódio: 45 minutos
Direção: Bradley Buecker, Alfonso Gomez-Rejon
Elenco: Jessica Lange, Sarah Paulson, Evan Peters, Lily Rabe, Zachary Quinto, Joseph Fiennes, James Cromwell, Frances Conroy, Lizzie Brocheré
Nota: 5
Sinopse: O enredo se desenvolve na década de 1960, em um hospício, cujo passado é sombrio. O hospício é comandado pela Irmã Jude e pelo Dr. Arthur Arden, cujos tem desejos secretos que nunca foram satisfeitos. Aparentemente, o Dr. Arden esconde na floresta ao lado do hospício, criaturas de outro planeta, e o mesmo também esconde todas as informações possíveis sobre a história de um famoso serial killer, residente do local, Bloody Face. Ao que tudo indica, as paredes de Briarcliff ainda tem muitos mistérios para serem revelados.

 
American Horror Story é uma caixinha de surpresas e imaginem minha reação quando descobri que cada temporada seria uma história independente. O horror que tinha me conquistado na primeira temporada, seria reinventado na segunda. Eu sou suspeito para falar dessa temporada precisamente, pois é a que mais me cativou. Deixarei para falar das outras temporadas separadamente. Iniciemos falando sobre o roteiro e a história, então.

Logo de início percebemos que Asylum é uma história com medidas grandes de largura, comprimento e profundidade. Briarcliff é comandado por dois nomes religiosos, Sister Jude (Jessica Lange) e monsenhor Timothy Howard (Joseph Fiennes), dessa forma, todas as monstruosidades e abominações que acontecem lá dentro são encobertas por uma máscara de fanatismo religioso e hipocrisia. Outra coisa que chama à atenção em Asylum é o momento histórico bem aproveitado. Por se passar no fim da década de 1960, nos Estados Unidos, os produtores não poderia deixar passar os movimentos pelos direitos civis e a contracultura americana. Há pinceladas sobre os hippies, punks, preconceito contra a mulher e os negros e em certo momento, vemos algo superimportante do contexto histórico: a morte de Martin Luther King.
Ainda sobre o roteiro, assim como na primeira temporada, vários detalhes da história são contados por meio de flashbacks – mas não são tantos. Há uma enorme quantidade de cenas impactantes e feitas para chocar e enojar. É ótimo a equipe de produção ter mantido esse terror palpável da primeira temporada, nessa segunda. Os temas tratados também dá muita abertura para isso. Uniu-se o útil ao agradável.

Mas a hipocrisia não está somente no fato religioso da história, está na construção dos personagens. Muitos personagens dessa história vivem em meio à hipocrisia, como o monsenhor, que, mesmo depois de matar uma pessoa, prega a palavra de Deus sobre bondade e sobre os males humanos.

American Horror Story: Coven (3ª Temporada) é totalmente focada no mundo feminino, com personagens fortes e tudo o mais. Mas é indiscutível que as mulheres de Asylum são marcantes. A “apenas uma freira” Mary Eunice (Lily Rabe), a durona Siste Jude, a “Repórter Sapatona” (Sarah Paulson), etc. Enquanto na primeira temporada, Sarah Paulson e Lily Rabe não foram o centro das atenções, nessa, a história gira quase em torno das ações dela. É muito interessante ver como os escritores apresentaram, desconstruíram e depois reconstruíram todos os personagens. Acho muito pouco provável existir um personagem plano nessa temporada.

Para que o terror da série seja conservado e fique à mostra, a equipe de maquiagem e feitos especiais não ficou para trás. Não só para criar o terror, mas em determinado momento da série, aumentar o drama. A equipe de decoração não poderia ter criado um asilo mais repugnante. Quem não está acostumado com cenas fortes e muito sangue, provavelmente não irá gostar de algumas aqui.
Falando sobre a estrutura do asilo, é importante dizer que eles não deixaram de lado o fato daquilo ser uma instituição pública, onde pacientes entram e saem a todo momento. Isso foi bem aproveitado, já que em alguns episódios, temos o foco em alguns pacientes novos. Alguns aparecem apenas em um episódio, mas outros duram mais que isso. Mas é imprescindível saliente que depois do S02E08, Briarcliff se torna um local de dar pena. Vários pacientes, muita nojeira, doença e claro, vários atores interpretando isso muito bem. Eu considero Asylum o auge das atuações. E, claro, do roteiro. A história é tão boa e os atores a bebem com tanta voracidade, que é impossível não perceber o prazer com que eles estão vivendo aquilo.

Aliens, possessão demoníaca, assassinatos em série, direitos civis, loucura, Adam Levine... Asylum é uma temporada com tudo aquilo que você quer ver numa série de terror, mas os produtores tem medo de pôr. Seja bem-vindo a Briarcliff!

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